Preço do feijão vira tema mais comentado na web, e Temer libera importação

junho 22nd, 2016

O preço do feijão disparou, virou piada nas redes sociais e um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta quarta-feira (22), com o bordão #TemerBaixaOPreçoDoFeijão.

Em resposta, o presidente em exercício, Michel Temer, liberou a importação do produto, numa tentativa de forçar o preço para baixo. Temer replicou a expressão em sua conta pessoal no Twitter.

A safra brasileira foi prejudicada pelo clima, a produção caiu e, por isso, o preço subiu.
Em nota no site do Palácio do Planalto, o governo anunciou que a liberação valerá para a importação do feijão da Argentina, Paraguai e Bolívia. Também está sendo estudada a importação do produto do México, após assinatura de acordo sanitário, e da China.

O feijão carioca, por exemplo, ficou 54,1% mais caro de janeiro até meados de junho, segundo a prévia da inflação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (21).

Não é só o carioquinha que subiu neste ano: também ficaram mais caras outras variedades, como o mulatinho (+49,42%), o preto (+21,36%) e o fradinho (+19,49%).

O que fez o feijão subir tanto? Chuva demais e chuva de menos. O clima prejudicou duas safras seguidas, sobretudo no Paraná, principal produtor do país.

A primeira safra, que chegou ao mercado em março e abril, sofreu com o excesso de chuvas na região durante o plantio, no ano passado.

“A produção caiu em 100 mil toneladas”, disse o técnico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) João Figueiredo Ruas.

“Teve muito feijão de péssima qualidade que nem chegou a ser comercializado para consumo humano, virou ração animal.”

A segunda safra, que foi para as gôndolas dos supermercados em maio e junho, sofreu o problema oposto: a falta de chuvas. A seca que atingiu principalmente o Paraná, mas também outros produtores, como o Mato Grosso, fez a safra de feijão cair 150 mil toneladas, de acordo com Ruas. Com menos feijão no mercado, o preço subiu.

O preço da próxima safra que chega às prateleiras, em julho, vai começar a cair?

O técnico da Conab afirma que o preço pode cair porque a produção tende a aumentar. Muitos produtores estão expandindo a área plantada justamente para tentar lucrar mais agora que o preço do seu produto está alto.

Por outro lado, alguns fatores podem limitar a produção. Como a lavoura dessa época do ano é irrigada, ela depende da captação de água dos rios, que estão com nível baixo, segundo Ruas.

Além disso, é um período típico de proliferação da mosca branca, uma praga que pode comprometer parte das lavouras de feijão.
Não é a primeira vez que o preço de um alimento popular entre os brasileiros vai às alturas por causa do clima.

No primeiro semestre de 2013, o preço do tomate subiu 150% devido às fortes chuvas em várias regiões produtoras e virou meme nas redes sociais.

Na época, um levantamento feito pelo UOL mostrou que o tomate estava mais caro que carne, azeite importado e até caixa de cerveja em alguns supermercados de São Paulo, com o quilo chegando a custar R$ 13,64.

No final daquele ano, o preço do tomate deu uma trégua e o produto fechou 2013 com alta acumulada de 14,74%, sem figurar entre os maiores vilões da inflação.

No primeiro semestre de 2014, foi a vez de a cebola disparar. O preço do produto mais que dobrou, acumulando alta de 148%. No segundo semestre, o preço melhorou um pouco e a cebola fechou aquele ano com alta acumulada de 23,61%. Já o tomate… ficou 3,07% mais barato.

No ano passado, porém, os dois se uniram e “azedaram” o vinagrete do brasileiro: tomate e cebola subiram 60,61% e 47,45%, respectivamente.

A cenoura também já passou por maus momentos. Nos dois primeiros meses deste ano, o preço da hortaliça subiu 64,2%, afetado pelas fortes chuvas na região Sul do país. No início de junho, caiu 25,63%, mas ainda acumula alta de 34,88% no ano.

Fonte: Uol

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